sábado, 13 de julho de 2013

Amor para Sempre

Não há nada que me console mais que imaginar o momento em que surgiste na minha vida e a transformaste por inteiro. E pensar em quem era e o que agora sou deixa evidente a magnífica pessoa que és, já que nenhuma outra seria capaz de conseguir tamanhas mudanças e feitos que tu, sim, geraste. E jamais, por mais que a vida perdure, serei capaz de um agradecimento suficiente quando, das cinzas, fizeste nascer uma flor!... Sem poderes mágicos, nem poções milagrosas, apenas com a tua rara simplicidade, a ingenuidade pura persistente, o olhar meigo, o sorriso fácil, os atos de cuidado, a segurança que transmites, foram as bênçãos que me dominaram, quiçá, como recompensa pelos maus tormentos passados.
Se antes a vida se resumia ao presente, à hora atual, sem projeções, hoje, através de ti, do teu Amor à vida, à beleza da existência, me fizeste ver que há muito além do que sei e pensava saber sobre a finalidade de estar aqui, no mundo… é como se, do caos, das peças desencaixadas de um puzzle, cada qual momentos e circunstâncias, experiências, gentes e lembranças, conseguisses ser capaz de unir e apresentar-me um belo quadro, de muita cor e luz, paisagens magníficas e paraísos e me dissesses “esta é a vida; vem aproveitá-la comigo!”.
Nunca antes foi tão pouco doloroso pensar o futuro, como agora, quando nele te vejo contido e, basta saber-te próximo, atento e no meu aconchego, para acreditar e ter esperança nos sonhos que julguei serem irrealizáveis!

O que tens de único, meu amor? És, sem dúvida, a melhor pessoa que já conheci! E não apenas por ver aquilo que és e te tornaste, no produto que és hoje, como também de todo aquele que foi o teu percurso, o passado, o processo de construção de um homem tão maravilhoso. És um exemplo de força e espírito de luta, sacrifício, iniciativa. Nada, condições algumas, podiam prever que te tornasses nesta beleza que revelas. Dos espinhos de uma vida, nem sempre coberta de ternura, cuidado, proteção, valorização, brotou uma estrela que cintila, única, radiante no sorriso, perfeito nos gestos; aquele que do pouco e sozinho, sem os apoios devidos, aprendeu a Amar e a obter vitórias com luta e cansaço… que nunca esgota, mesmo no esgotamento; que persiste e não desiste – que é, enfim, um exemplo de vida que, de feliz sorte, me enche de luz e graça, dia-a-dia e me faz crer na felicidade de uma família e construções possíveis – aquele que me dá Vida! Aquele que permitiu Tudo! Aquele que quero Eterno em mim!

Muitos Parabéns e Felicidades Mil
Amo-te eternamente
Tua Clara

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O Tempo



A minha vida é feita de uma sucessão de esperas. A cada ritmo compassado do músculo que dá vida, a mesma sonoridade insistente, persistente e enlouquecedora de cada segundo, a bater num tambor descompassado interno que agita e dispara músculos e peito numa vigília desnecessária e sofredora. E o tempo comanda-me, deixando-me sem dignidade para agir com o meu ritmo biológico certo. Quando tudo te governa numa cadência rápida e agitada e para tudo tens de estar alerta, tudo se sucede com rapidez, numa luta sem termo e não se avizinha a esperança e o descanso repousante. O desgaste derruba-te numa prisão de cansaços que te privam o sono, te quebram os movimentos, te incapacitam de pensar e até de sentir, quando, num momento de rara beleza como esta, hoje, de agora e de sempre, espero, não há mais força para sorrir e dançar.

Os barulhos persistem no silêncio e já sentes que do vazio dá lugar um preenchimento aprisionado e asfixiante que te queda a respiração. Porque o que tenho não é aquilo que desejo; quando, o que conquistei, a sangue e lágrimas, suores e batidas, materialmente é nada e, agora, mais do que em qualquer outro dia, olhar adiante faz-me temer a possibilidade de ser capaz de alcançar. E parece tudo tão longínquo pensar no que amanhã será, como é viver a eternidade do Amor, sarar feridas do passado com calor, chá verde, lareira e xaile aos ombros, o antes, a preciosidade das crianças, de gerar, procriar, construir personalidades, editar mentes, estimular inteligências – Dar Vida! Como é? Como será a minha quietude então, se já, no presente aparentemente tranquilo e neutro, cercam-me aflições? Como serão as noites não dormidas, não pelo som dos segundos já interiorizados, mas pelo choro do produto de um Amor puro? Quem serei então? Quando a vida, de tenra, ainda não me impulsionou para a maturidade total, como se avizinha esse além tentação, como se vive diante do sonho, dentro do sonho, no contexto do sonho, penetrado no sonho? Como serão consequenciadas as minhas lacunas, o vazio do que não se construiu, a irregularidade de humores e sensibilidades, a inconstância de um sentir, rotativo e cíclico que sempre se fechou e se abriu no mesmo ponto? Como saberei ser diferente quando diferente ainda não sou e receio desconhecer o caminho até lá chegar?... E quando, pelo inverso, da face esbelta da beleza de um sonhar, se afigurar o desequilíbrio e a rutura de, afinal, nada construir? Se o Amor, a estabilidade, a paz, o cheiro dócil do terno cuidar, afinal não me saciarem a sede? Solidão! É este o ponto de viragem daquele momento em que estás diante de dois caminhos: um radiante e soalheiro que se afigura mais real, e um outro de penumbra e desfiguração que temes e receias nada permitir lá chegar. E tudo se resume à palidez da vida diante do sermos sós. E, todo o momento, fugimos de cair nesse poço fundo, sem luz possível, sem caminho próximo ou secundário, dando-nos conta que a solidão é a mais temível de todas as realidades humanas. Ávidos procuramo-nos uns aos outros, cercamo-nos, vivemos em comunidades, comunicamos e sorrimos para bom grado, ajudamos e acariciamos para uma troca justa e necessária. Ninguém vive só. A Felicidade é inimiga da Solidão. Não que nos alicerce nos maneirismos mais corretos de agir com os outros, não que saibamos amar e fazer esforços para fazer felizes aqueles além, iguais, coloridos ou gigantes, rainhas ou pedintes, tolos ou intelectuais, mas ambicionamos a companhia, o colo, o aconchego, as palavras e ternuras, dadas, oferecidas, gratuitas, entregues a nós, giratórios e centrais no mundo… sozinhos, de fato. Todos o somos, raízes soltas que almejam alcançar os frutos e fazer semear poléns para germinarem em gerações múltiplas, elas também habitadas na solidão, num ciclo sem fim de limitações e vazios.