quinta-feira, 21 de julho de 2011

Fia



Em fatídicos momentos te recordo na lembrança de um passado presente pelas emoções que me marcaram tua presença, constante e diária. Sob ansiedades, revoltas, maldizeres, cansaço e folia, estás tu. Sempre que as memórias ditam um rumo passado, em ti te torno presente, no teu olhar e fala meiga e até mesmo aquele “bater cachaços” tão peculiar! Saudades, muitas, por não te ter no meu percurso que ditou rumos tão distantes do teu… felicidade de cada vez que sei de ti, uma palavra tua escrita, um novo gesto de carinho e de lembrança além tempo. Agradeço a amizade que gratuitamente deste, a simplicidade, o saber que transmitiste e peculiar personalidade tão fascinada pelo laranja, tão competente no laranja! E aqueles momentos de surda risada onde todos os lugares eram apenas nossos, divertidas, recordas-te? As três, unidas, longas cinco primaveras, aparentemente mais invernos ventosos pelas tempestividades de ciclos de dor intelectual e crescimento. As pessoas que mais gosto são aquelas que não se esgotam nunca… tu! Pois que tatuaste memórias e passados marcantes na minha história! Mas continuo a querer breves momentos de felicidade e partilha, breves momentos, únicos num ano, na maioria, grandiosos na simplicidade de um colmatar de faltas. E sem algibeira recheada mas carinho real aqui meu gesto no teu grande e mágico dia!... dia que marcará tua história, que quiseste ter-me por perto para me manteres, de forma igual, nas tuas lembranças quando um eu substancial não se encontra por perto pela força exterior de outros poderes. E estás a caminhar em direcção a um nascer novo e desconhecido… vertiginoso? Seria para mim, na projecção de mim sobre ti. Acredito que saibas tudo o que de mais útil há a saber sobre o que aí vem, embora pormenores e morosidades desconheças… essas apenas pelo viver saberás. Que apenas saibas, para total governo, que do outro lado da montanha, naquele nascer de sol grandioso, está aquilo que ninguém sabe e todos desejam sentir – tão famoso amor! Desejaste-o, aliás como é geral na natureza humana, condição primeira e última de toda a existência, esse sentir. E partilhei angústias por quem menos te mereceu e soube, porque mo disseste, quereres casar com o laranja e nada mais! Mas ele tardou e veio, rompendo todos os fortes alicerces de estrutura fragilizada perante avanços mal sucedidos e conquistou teu melhor pedaço – aquele que bombeia, que nada mais deve a não ser àquele que sustém teu olhar e pensamento e te disse, num conhecimento contínuo, “é ele”. E assim se processa o verdadeiro sentir… numa acalmia, num apaixonar-se continuado, na convivência, no aperfeiçoar feitios e adaptação para a felicidade. Fizeste-o bem! Não o sei ser até agora, mas a ele agradeço já tudo o que te deu, que já é teu e te pertence, independentemente do amanhã feliz ou sombrio. Fisgas se façam pelo horizonte luzidio a cada dia de romance que agora com novos contornos se inicia. E que me deixes saber, por breves lembranças, o seu desenrolar. Há felicidade em mim pela tua. Olha para essa nascente que perante ti se depara e deixa simplesmente o vento encaminhar-te num deslizar flutuante pelo prazer de bem querer e pertença. Deixa-me ficar na mira de um futuro teu que, de soslaio, vou querer apreciar… pois que quero manter-me presente na ausência! E de igual forma, e a isto verdadeira amizade, brotam sentimentos puros por ti de cada vez que te sei respirar na outra margem.

Obrigada e Felicidades!