Quando já nada mais há em ti que lágrimas sôfregas de tanto pesar, de tanto cansar, quando nada mais há que te prenda numa alcançável maratona sem um fim objetivado, quando te curvas perante todos para deles chibatadas devolverem, o que prevalece colorido, afinal? Derrotista, serei?! Farta, melhor! É tudo, ao meu olhar, terrivelmente doloroso! Não pertenço aqui, não me revejo nisto, nestes seres diabólicos, neste ambiente carbóneo e canceroso! Padecerei, sem mais remédio, de loucura quando nela, único refúgio da realidade, melhor fantasiada. Porque pesa tanto caminhar? Porque não me libertam? Porque tantos obstáculos? Porque tanta cegueira à felicidade? Porque o menos me domina, quando noutros tantos mais? Não há respostas, não há lógicas, não há racionalidade capaz de explicar o que me abandonou.
Quando nada mais há de glorio aqui, em ti único refúgio no olhar para dentro, mais belo, e te apaziguares. Quando lá fora guerras se instalam e bombas rebentam e sangue lacrimeja escurecido pelo tão pouco de humano neles. Respiras fundo, engoles, dissolves, inventarias escapes, buscas o apoio raro e dissolvente e volúvel.
E nada há de teu aqui, cá fora? Única beleza na selvagem natureza onde te inspiras para prosseguir, em tropeços, mais um rumo, mais um caminho, mais um cansaço. Teus olhos tristes miram o que sobejou deste cíclico rodopiar patético e nem sempre há desejo de continuar. E nem sempre no ar o oxigénio existe para respirares, porque alguém outro te roubou e sorriu depois em troça perante o teu esvanecer. Nem no fim a solução possível e mais desejável, porque ele simbolizaria a cobardia de quem, por aqui nada conseguiu, nada alcançou, nada ofereceu, nada herdou e nada testamentou, já que a riqueza em ti ninguém a viu, quando o diamante valioso ninguém procurou descobrir, já que o pacote estava roto e gasto, erosivo e velho, fedorento e sujo, nojento e imundo. E na tristeza, esquecida, continuas mais um pouco, sempre mais um pouco, a custo…aqui.