Acabará o tempo
Em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes
As palavras voavam
E ouvia que o céu
Me nascia dos dedos
E a ursa maior
Eram ferros acesos
Marinheiros perdidos
Em portos distantes
Em bares escondidos
Em sonhos gigantes
E a cidade vazia
Da cor do asfalto
E alguém me pedia
Que cantasse mais alto
Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada
Quem me diz onde é a estrada.
Acabará o tempo
Em se as sombras se erguiam
Em que homens negavam
O que outros erguiam
E bebia da vida
Em goles pequenos
Tropeçada no riso
Abraçava venenos
De costas voltadas
Não se vê o futuro
Nem o rumo da bala
Nem a falha do muro
E alguém me gritava
Com voz de profeta
Que o caminho se faz
Entre o alvo e a seta.
De que serve ter um mapa
Se o fim está traçado
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta
De que servem as palavras
Se a casa está deserta.
Em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes
As palavras voavam
E ouvia que o céu
Me nascia dos dedos
E a ursa maior
Eram ferros acesos
Marinheiros perdidos
Em portos distantes
Em bares escondidos
Em sonhos gigantes
E a cidade vazia
Da cor do asfalto
E alguém me pedia
Que cantasse mais alto
Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada
Quem me diz onde é a estrada.
Acabará o tempo
Em se as sombras se erguiam
Em que homens negavam
O que outros erguiam
E bebia da vida
Em goles pequenos
Tropeçada no riso
Abraçava venenos
De costas voltadas
Não se vê o futuro
Nem o rumo da bala
Nem a falha do muro
E alguém me gritava
Com voz de profeta
Que o caminho se faz
Entre o alvo e a seta.
De que serve ter um mapa
Se o fim está traçado
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta
De que servem as palavras
Se a casa está deserta.
Pedro Abrunhosa